Caminhando ao lado dos consumidores de drogas pode-se dizer que sim, vale apena e muito viver em um país controverso como o Brasil, onde valores sociais e leis econômicas freqüentemente se contradizem.
A droga é o mau do século e hoje em dia é vista como a abelha rainha da criminalidade, onde a culpa recai quase que 100% em cima dos traficantes, fazendo dos consumidores apenas pobres viciados a procura de diversão. As justificativas variam muito e a maioria delas baseia-se na falta de oportunidade educacional e nas influencias ao mundo do vício. Há também aquelas mais criativas onde a culpa recai sobre a proibição e não diante dos consumidores (“se as drogas pudessem ser comercializadas livremente, a violência seria limitada”) tornando mais uma vez a parcela de responsabilidade dos consumidores desprezível.
Ora, se nada for feito e a população brasileira continuar vivendo em um país onde a apologia as drogas é tão comum quanto PM corrupto, onde o mercado consumidor é fortificado a cada dia (aumentando em número e diminuindo em idade), onde o inimigo for apenas o traficante e a falta de estudo e reflexão sobre o assunto for desprezada tem-se para sempre um ótimo palco para os consumidores alienados e viciados.
Levando em consideração tudo o que foi dito e tudo o que se vê, tem-se que os consumidores adquirem a cada dia um melhor estilo de vida, onde são desprovidos da parcela de culpa e não possuem responsabilidade alguma, tendo de maneira irônica alternativas confortáveis para as tardes de domingo: ou pode-se freqüentar programas de apoio ao viciado ou, pode-se também ficar em casa e assistir insensivelmente ao noticiário informando que se nada for feito com os traficantes de drogas o problema da criminalidade jamais será resolvido.
