domingo, 24 de outubro de 2010

Chuva de verão



Dia ensolarado final de tarde chuvoso, reflexos de luzes vindos do céu refletem em nossos rostos, podemos enxergar um arco Iris recém formado, a magia invade nossos corações. Corpos molhados, meu coração parecia bater de maneira diferente, em alguns momentos nem o sentia, eu não sabia ao certo que sentimentos seriam aqueles, tudo culpa da atitude inesperada que me deixou sem reação. Passei noites em claro refletindo sobre o ocorrido, com toda a certeza do mundo, melhor momento não existirá. Foi algo que certamente mexeu com todos os sentidos que me constituem, mãos suadas, tomadas pelo nervosismo momentâneo. Eu sempre fora uma jovem complicada, dominada pelo medo da entrega. De fato somos duas criaturas estranhas, somos de naturezas diferentes e temos manias contrárias. Talvez um complementasse o outro, mas, volte e meia entravamos em conflito, ainda entramos, e isso se dá justamente pela natureza oposta, acredito eu. Talvez não tivéssemos nada em comum, ou quem sabe ainda tenhamos mais em comum do que imaginamos. Indecisão, vontade de entrega, de largar tudo e arriscar no incerto, no improvável, no que se diz indiferente, porém, no que faz meu coração bater de maneira ousada e confusa. Turbilhão de duvidas, perguntas sem respostas, noites mal dormidas.

Dona Nostalgia entra porta adentro, sem pedir licença ou preocupar-se com os sentimentos que despertaria, encontro-me mais perdida do que nunca, duas pessoas, uma lá outra cá, as duas aqui e eu ali. “Às vezes é preciso perder pra dar valor, é preciso chorar para aprender a ama, é preciso confiar para se entregar e ainda assim a grande verdade é que, é preciso ouvir para nunca gritar. Todos irão sofrer um dia, para saber o verdadeiro sentido da felicidade.” Escolhas erradas que me abriram os olhos e assombram minhas noites, talvez eu sinta falta da velha rotina, dos velhos amigos... E de quem me tira do normal, me descontrola e me mostrou que dias chuvosos tem lá seu encanto. A matemática do amor baseia-se em dividir para multiplicar, dividimos nossos segredos e nossas vivencias, multiplicando assim nossas alegrias e o carinho que temos um pelo outro, através de tapas e beijos, erros e acertos, conhecemo-nos aos pouquinhos e conquistamo-nos, eu fui conquistada.

O momento certo para que possamos viver juntos é esperado, espero para repetir de novo e novamente, de maneira mais profunda aquele sentimento que já fora despertado, indo além no que mal foi começado. Talvez eu te procure e por ironia do destino talvez eu não te encontre, mas eu não me canso, quem sabe nos esbarremos em um dia ensolarado, ou quem sabe aquele dia chuvoso se repita, eu já não sei. Cabe saber que sempre haverá aquele momento de provocação, de teste, de tentar descobrir até onde você iria, sou insegura. Talvez seja besteira ou quem sabe, fosse realmente besteira. Eu sei que eu quero, mas não sei como fazê-lo, talvez o medo ainda me domine, tudo vai além do óbvio, tudo prevalece, todas as chuvas de verão me trarão lembranças boas, uma gota me proporciona mil e um desejos secretos... Como num passe de mágica, eu fecho os olhos e tudo se repete, em sonhos, eles são alimentados pela espera e vivem dentro de mim... Assim como a chuva, aquelas de verão.

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